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Foto do escritorProjeto TEAR

Inquietações de um Arte Educador.


Desde que comecei a fazer teatro, sempre acreditei no poder da arte, em utilizá-la como mecanismo de transformação. Sua potência em colocar corpos desnudos em harmonia, em estabelecer conexões, reflexões acerca de qualquer assunto... A cada novo projeto, um mundo de possibilidades se abre, um universo se recria, uma pessoa respira... Neste momento faz-se necessário respirar, resistir é preciso. Além da situação política em que estamos vivendo, entrar toda semana numa unidade de internação para adolescentes em conflito com a Lei, para dar aulas de Teatro do Oprimido é preciso de coragem, é preciso acreditar neste poder transformador. Uma caminhada lenta, quase em câmera lenta, muitas vezes desanimadora, frustrante, mas vc ñ consegue parar. Existe algo que parece ser maior que vc, uma vontade, um desejo, um brilho em ver cada gesto sendo desconstruindo, gesto este criado para sobreviver, para se comunicar. Mas existem vários gestos... Várias palavras... Cada um tem sua realidade, é existem realidades que ñ fazemos ideia, e que está ao seu lado. Uma realidade onde vc é único, ñ tem nem pai nem mãe, nem tio nem tia, nem ninguém no mundo para olhar pra vc... Neste ponto é onde o mar se abre e descubro toda a potencialidade em poder compartilhar o poder transformador da arte. É aí, onde surgem várias inquietações que me descubro como Arte Educador.


Por Carlos Vieira Valença

Patrocínio: FAC - Fundo de Apoio à Cultura do DF

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