O projeto TEAR surge de uma vontade, uma inquietude, uma necessidade, um desejo em levar arte como mecanismo de transformação, afinal, como dizia Boal – Todo ser humano é capaz de apreciar, produzir e discutir arte. Neste sentido, o projeto foi criado para ser desenvolvido em unidades de internação de adolescentes em conflito com a Lei e sua comunidade.
O primeiro passo é estabelecer um vínculo do projeto com a unidade de internação, pois dentro do complexo existem várias secretarias e cada uma com sua complexidade. Mostrar o projeto para todas as secretarias e seus diretores é um grande desafio, porém é algo imprescindível para o desenvolvimento harmônico do projeto e nas relações arte educadores/ segurança/ direção. Feito isto, partir para o grande desafio, ministrar as oficinas utilizando o Teatro do Oprimido como metodologia para adolescentes em conflito com a lei.
A cada encontro um plano de aula diferente, uma demanda diferente, uma notícia diferente. Sim, passamos por tudo dentro da unidade, rebelião, tentativas de fugas, de homicídios, assédios e por aí vai... Porém a maior satisfação, é estabelecer uma relação de confiança, de entrega, de diálogos sinceros, olhares marejados de descobertas, de amor. Meninos que nunca tiveram a opção de serem escutados, de falar de seus sonhos, seus anseios, suas vontades, compartilhar desejos, agora temos esse espaço, esse ouvido de escutar sem julgar.
Por Carlos Henrique Valença
Patrocínio: FAC - Fundo de Apoio à Cultura do DF
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